Julian Assange chega a acordo com EUA e é posto em liberdade


Julian Assange, fundador da WikiLeaks, aceitou declarar-se culpado de conspiração para obter e divulgar ilegalmente informações confidenciais, num acordo com a justiça dos EUA, e foi libertado no aeroporto de Stansted, em Londres, tendo embarcado num avião com destino à Austrália.

Assange "deixou a prisão de segurança máxima de Belmarsh na manhã de 24 de Junho", foi libertado no aeroporto de Stansted, em Londres, "onde embarcou num avião e partiu do Reino Unido", tendo a Austrália como destino final, escreve o portal WikiLeaks na rede social X (antigo Twitter), informando que a libertação resulta de "uma campanha global" que "criou espaço para um longo período de negociações com o Departamento de Justiça dos EUA, conduzindo a um acordo que ainda não foi formalmente finalizado".


O fundador do Wikileaks, que está previsto comparecer na quarta-feira perante um tribunal federal das Ilhas Marianas, um território norte-americano no Oceano Pacífico, vai declarar-se culpado de crime de conspiração para obter e divulgar ilegalmente informações confidenciais da defesa nacional dos Estados Unidos, confissão que terá de ser aprovada por um juiz.

O jornalista australiano de 56 anos foi acusado pelas autoridades norte-americanas de ter publicado mais de 700 mil documentos confidenciais sobre as actividades militares e diplomáticas dos EUA, nomeadamente no Iraque e no Afeganistão, a partir de 2010. Um dos casos mais conhecidos foi um vídeo onde se pode ver um grupo de jornalistas iraquianos, incluindo da Reuters, indefesos, a ser impiedosamente abatidos por um helicóptero, mas que as autoridades norte-americanas tinham anteriormente justificado com o "facto" de o grupo estar armado.

Sem capacidade para deter Julian Assange pela divulgação dos ficheiros de Manning, a Justiça norte-americana e o Governo norte-americano criou, com a Suécia, uma frente contra o programador e divulgador na internet de material comprometedor, baseada na alegada violação de uma jovem sueca, que o próprio sempre negou e sobre cujo crime sempre houve sérias dúvidas quanto à sua veracidade, mas que lhe valeu um mandato de captura internacional.

 Detido pela polícia britânica em 2019, depois de sete anos refugiado na embaixada do Equador em Londres para evitar a extradição para a Suécia, está encarcerado há cinco anos na prisão de alta segurança de Belmarsh, no leste de Londres.

Fonte: Camunda News

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